Aluna escreve comentário reflexivo e crítico a partir de "A Alegoria da Caverna"

Foi solicitado no segundo teste de Filosofia do 10.º B, elaborado pela professora Lourdes Oliveira, um comentário reflexivo e crítico a partir da Alegoria da Caverna, sobre o papel que a educação desempenha na superação das limitações impostas pelo “mundo das aparências” e na busca por uma compreensão mais profunda da realidade.

A aluna Maria Luísa Arando, da turma do 10.º B, apresentou uma resposta tão bem elaborada que a sua professora decidiu partilhar o seu comentário com a comunidade escolar. A resposta foi a seguinte:

“A Alegoria da Caverna", de Platão, é uma metáfora filosófica que faz a distinção entre dois mundos: o mundo sensível, imperfeito, das aparências e o mundo inteligível, o mundo das ideias, da perfeição.

Esta alegoria consiste em uma caverna, na qual há três prisioneiros que estão lá desde que nasceram. Esses prisioneiros apenas têm uma visão: uma das paredes da caverna, na qual estão refletidas sombras de objetos e pessoas do mundo fora da caverna por uma fogueira. Para os prisioneiros, as sombras são a sua realidade absoluta, pois são a única coisa que viram desde a sua nascença. Um dos prisioneiros é libertado da caverna, e, ao sair, é ofuscado pela luz do sol, que representa o conhecimento. Após o prisioneiro conhecer o mundo “real”, ele retorna à caverna para explicar aos outros prisioneiros que a realidade que eles consideram como a “realidade absoluta” não é a realidade verdadeira e que as sombras que eles veem são cópias perfeitas e ilusões do mundo inteligível. Os outros prisioneiros, face a essa explicação, rejeitaram-no e retrataram o prisioneiro como louco.

Esta metáfora retrata a ignorância e a resistência das pessoas ao aceitar novas realidades, por essas fugirem à sua realidade autêntica e por saírem da sua zona de conforto. Além disso, destaca a importância da razão, da reflexão e do conhecimento na busca da verdade e assim, na busca de realidades diferentes além das realidades distorcidas apresentadas no mundo das aparências.

Com a educação, ao obter o conhecimento e o uso da nossa capacidade racional permite-nos refletir e questionar a veracidade das realidades distorcidas apresentadas no mundo das aparências, tal como o prisioneiro que se libertou da caverna: através do uso da razão, da reflexão e da questão, o prisioneiro conseguiu se libertar do “mundo das aparências”, ou seja, das sombras e conseguiu ver uma realidade diferente e verdadeira, o mundo inteligível, da perfeição.

Em síntese, a educação desempenha um papel importante num dos problemas abordados na Alegoria da Caverna: ficar preso a uma realidade absoluta e distorcida. A educação permite-nos refletir melhor e utilizar a nossa capacidade racional, que permite a nossa saída do mundo das aparências para o mundo autêntico”.

 

Maria Luísa Arando, 10.º B