Na disciplina de Português, lecionada pelo professor Jorge Marrão, os alunos do 10º ano apresentaram personalidades portuguesas marcantes nos diversos domínios: ciência, engenharia, artes plásticas, literatura, teatro, cinema, pedagogia, etc.
Uma das tarefas era vestirem a pele da personalidade apresentada e escreverem uma carta ao futuro.
Partilhamos, aqui, a primeira sobre Diana Prata:
Sou Diana Prata, neurocientista e cidadã de um mundo cada vez mais interligado pela ciência e pela tecnologia. Escrevo-vos enquanto observadora do cérebro humano, um órgão que, em toda a sua complexidade, molda não apenas as nossas decisões individuais, mas também os rumos da sociedade.
Vivemos num século marcado por avanços extraordinários na inteligência artificial, neurociência e genética, ferramentas que nos permitem decifrar os mistérios do comportamento humano. No entanto, esse mesmo século carrega desafios profundos: as contínuas desigualdades sociais, os transtornos mentais subdiagnosticados e os efeitos do isolamento tecnológico nas relações humanas. Atualmente, a ciência pode e deve ser um farol que guia soluções para esses problemas, mas só terá impacto se for acompanhada de empatia, ética e colaboração global.
Vejo o futuro como uma oportunidade para usarmos o conhecimento para transformar vidas. Imagino um mundo onde os avanços tecnológicos são utilizados não apenas para prolongar a vida, mas também para garantir que cada dia vivido tenha qualidade, dignidade e significado. Acredito que compreender o cérebro humano, o motor de todas as nossas ações, é o primeiro passo para alcançar esse objetivo. Sonho com uma sociedade onde as barreiras entre ciência e comunidade sejam destruídas. Onde crianças aprendem sobre saúde mental com a mesma naturalidade que aprendem matemática, onde mulheres ocupem um lugar igual nas ciências e tecnologias, e onde a empatia se torna parte da nossa formação como seres humanos.
Escrevo-vos com esperança. Com a convicção de que o conhecimento que construímos hoje será a base para um amanhã mais inclusivo e compreensivo. Que possamos, juntos, usar o nosso maior dom, a mente, para construir um futuro que respeite a complexidade e a beleza da condição humana.
Com fé no potencial humano,
Diana Prata
texto escrito pela aluna Maria Rita Sequeira, n.º17, 10.ºB