
Numa era em que o digital domina quase todos os aspetos das nossas vidas, é fácil presumir que o papel se tornou obsoleto. As notícias viajam à velocidade da luz através das redes sociais, sites e notificações instantâneas. No entanto, a entrada da EBS Amélia Rey Colaço, através do placard do jornal escolar “O Catarino”, está a provar que o impresso está longe de morrer. Na verdade, em certos casos, o papel ainda pode superar o digital.
Um fenómeno fascinante que temos observado é o impacto inesperado das edições físicas das notícias. Embora “O Catarino” esteja disponível em diversas plataformas digitais, alunos e professores parecem “dar mais importância” à versão impressa, quando esta é afixada no nosso placard à entrada da escola.
Num mundo saturado de informação digital, um simples quadro pode, aparentemente, ser mais eficaz do que uma dúzia de notificações online. Atualmente, as plataformas digitais estão repletas de distrações, o que torna fácil que as notícias da escola se percam por aí.
Este paradoxo vai para além do jornal em si. Um inquérito realizado junto dos leitores de “O Catarino” revelou que mais de 80% preferem ler livros em formato físico em vez de digital. Apesar da conveniência dos e-books, a experiência tátil de folhear páginas, a ausência da fadiga ocular provocada pelos ecrãs e o maior envolvimento com o texto impresso parecem exercer um apelo mais forte.
É irónico que, na era do domínio digital, estejamos a testemunhar um ressurgimento da valorização do impresso. Talvez a sobrecarga dos espaços digitais tenha criado um desejo por simplicidade, por algo tangível. Por vezes, um simples pedaço de papel bem posicionado pode fazer aquilo que mil notificações digitais não conseguem - captar a atenção real.
Assim, enquanto os meios digitais continuam a moldar a forma como consumimos informação, vale a pena lembrar que o papel ainda tem o seu poder e que, por vezes, contra todas as probabilidades, este ainda pode superar o digital.
A equipa do Jornal escolar