Texto escrito pela aluna Mafalda Alves, 8.º A


Quando entrei no elétrico, senti logo um cheiro tão mau que me apeteceu vomitar. Fiquei parado para me tentar recompor, até que o condutor me mandou sentar, porque ele tinha que continuar com a viagem.

Então, sentei-me no primeiro lugar que vi e, para meu desgosto, ao meu lado estava mais um daqueles homenzinhos miseráveis, sem dinheiro. Bem, ao menos, não tinha as roupas rasgadas nem cheirava mal!

Já sentado, o homem olhou para mim e sorriu e, como é óbvio, eu não lhe sorri de volta. Tenho que manter o meu nível para com este tipo de gente.

A viagem era longa. Enfim, o elétrico chegou à paragem onde estava o meu querido filho. Quando ele entrou no elétrico, foi abraçar o homem que estava ao meu lado, que, pelos vistos, se chamava Joel e fora o seu professor de Música.

Só depois me deu um abraço e eu perguntei-lhe porque é que numa escola de ricos andava lá um professor com aquele aspeto. O meu filho disse-me que a escola dele não se importava com a aparência das pessoas, mas, sim, com a sua essência.

Senti-me tão mal que comecei a falar com o Joel e com os outros.

Foi com o meu filho que aprendi que a minha elegância não me torna superior a outras pessoas.

 

 

Mafalda Alves, n.º 14, 8.º A
(versão aperfeiçoada de um texto realizado num teste de avaliação,

tendo por base o estudo do conto «Assobiando à vontade», de Mário Dionísio)